Principais tendências de música para 2023

Chegamos a metade do ano de 2023, mas ainda dá tempo de ficar por dentro das principais tendências de música. Ficar atento às tendências de mercado pode representar novas oportunidades para artistas independentes.

Ao que tudo indica, o ano de 2022 deixou as consequências da pandemia no passado e firmou o lugar das plataformas de vídeos curtos. A indústria da música ficou maior e mais fortalecida, uma das consequências do confinamento foi o aumento considerável dos acesso aos streaming de música.

O ano de 2023 também marca a volta definitiva de eventos ao vivo, turnês e festivais. O TikTok se consolidou como uma plataforma de atração de público e promoção de artistas, e como resultado lançaram um streaming próprio. Estas são apenas algumas das tendências de música que poderemos aproveitar até o fim deste ano. Vamos ver o que este ano ainda nos reserva?

Os “Speed-up” Remixes vieram para ficar

O termo “speed-up” em inglês significa acelerar, ou seja, um “speed-up remix” seria uma remix acelerado. Artistas como Kweller alcançaram notoriedade através da versão mais acelerada. Neste caso, a versão speed up se tornou um sucesso nas plataformas de vídeos curtos, o que ajudou a impulsionar a versão original em plataformas como Youtube. Compare as duas versões: 

Versão Original
Versão Speed Up

A música é um produto da nossa cultura. Pode parecer estranho que músicas mais aceleradas tenham ganhado popularidade, mas quando você olha para a velocidade em que estamos vivendo, talvez isso faça mais sentido.

Podemos citar outro exemplo, a banda FIFTY FIFTY que segue igualmente os bons resultados das versões aceleradas. No caso do grupo feminino de k-pop a distribuição da música acelerada foi feita por um outro perfil, diferente do da banda. Ao que tudo indica, esta versão foi criada por fãs. Compare as duas versões da música “Cupid”.

Versão Original
Versão Speed Up 

De acordo com Clive Rozario, gerente global do programa da música do Tiktok, os criadores de conteúdo estão procurando músicas cada vez mais emotivas para combinar com seu conteúdo visual. As músicas aceleradas soam mais emocionais e emocionantes, exatamente o que a comunidade global do Tiktok deseja. Portanto, o entusiasmo dos remixes acelerados não diminuirá tão cedo.

Autenticidade ainda é o caminho

Como já dissemos anteriormente, vimos o TikTok firmar seu lugar no mundo das mídias sociais. Sendo o conteúdo bruto, sem filtro e característico o que os usuários esperam dos criadores. A Geração Z busca cada vez mais por conteúdo real e interações mais significativas em vez de curadoria.

A revista WIRED relata que grandes players de mercado como o Facebook, Instagram e Twitter, darão lugar a plataformas que priorizam a simplicidade e a autenticidade. De acordo com a mesma publicação, em 2023, a mídia social será redefinida por seus usuários mais novos e mais jovens – e por seu crescente desejo por mais autenticidade em suas vidas digitais. Buscando experimentar um conteúdo mais sincero e formar conexões “reais” no mundo online esses jovens migram para aplicativos como TikTok, BeReal e Discord.

O TikTok continuará sendo a chave para promover a música

Todos nós constatamos o poder dos vídeos curtos para a promoção musical e essa tendência permanece em 2023. Mais uma vez o Tiktok marca o seu lugar como hitmaker para novas músicas e catálogos antigos. Inúmeros são os exemplos de músicas que tiveram grandes momentos no TikTok e posteriormente se difundiram por outras plataformas sob a forma de Reels e Shorts, impulsionando uma viralidade que veio a moldar as tendências musicais globais.

Em entrevista ao site Musically, o chefe global de música do TikTok, Ole Obermann, disse:

“[Os ouvintes] querem o elemento visual da música. Acho que não podemos colocar aquele gênio de volta na garrafa. E a outra coisa é que eles querem colocar suas impressões digitais na música… eles querem criar um trabalho derivado. Eles querem desacelerar, acelerar, remixar.”

Em resumo, à medida que os fãs se envolvem com novas músicas, eles anseiam por uma experiência auditiva enriquecida por elementos visuais. Seja um artista experiente do TikTok criando vídeos para acompanhar sua música, ou um criador entusiasmado que contribui para o destaque de uma determinada faixa, o TikTok se apresenta como uma plataforma que proporciona acesso a uma equipe com milhões de promotores trabalhando em benefício dos artistas.

A música independente vai continuar crescendo

É inegável que a internet tornou mais fácil para artistas independentes construir relacionamentos íntimos e diretos com seus fãs. Com o surgimento de serviços de streaming, mídia social e ferramentas educacionais online que eliminam a necessidade de grandes gravadoras. Esses artistas independentes passaram a ter mais controle sobre suas carreiras e a oportunidades mais de ganhos.

Segundo a pesquisa da MIDia Research, gravadoras e artistas independentes atingiram uma participação de mercado recorde em 2021, chegando a uma fatia de mercado de 43,1%. Atualmente, muitos artistas optam por seguir um caminho independente para manter o controle criativo e financeiro de suas carreiras. 

As oportunidades de “sync” estão em crescimento

Sync, nada mais é do que o uso de uma faixa em filmes, séries e comerciais publicitários. Uma história recente de sucesso de sincronização é ‘Running Up That Hill’, de Kate Bush, a música liderou as paradas de sucesso globais depois de aparecer na série de sucesso da Netflix, ‘Stranger Things’. A faixa foi literalmente ressuscitada depois de 44 anos, atingindo o top 1 no Reino Unido. 

Aqui no Brasil os sucessos de sincronização não seriam diferentes. Podemos tomar como exemplos nacionais os seguintes casos:

Iza e o comercial da Decolar.com, neste caso há o licenciamento com a alteração da obra. 

https://www.youtube.com/watch?v=p8Ce7pFtu5E

Temos também o polêmico comercial da Volkswagen com Maria Rita e a AI da Elis Regina.

Por fim, temos as novelas brasileiras que sempre foram uma grande referência em termos de licenciamento musical. O Globo manteve durante anos a gravadora Som Livre, que foi vendida em 2021 para o grupo Sony. Com toda a certeza, a novela Vai Na Fé é o exemplo recente mais notável. Sua trilha sonora envolve artistas como Anitta e Rosália, e gêneros como gospel e funk.

Os acordos de sincronização e publicação de música, não são a fonte primária de renda para os artistas, no entanto podem apresentar boas oportunidades financeiras. A crescente demanda por músicas licenciáveis abrange uma ampla gama de meios de comunicação, abrangendo desde influenciadores das redes sociais até anúncios, videogames, programas de televisão, YouTubers, entre outras. Com o constante avanço da tecnologia, as oportunidades de sincronização para os artistas continuarão a se expandir, acompanharemos de perto esse desenvolvimento.